quarta-feira, 11 de abril de 2012

Facebook na Educação



Introdução

Com o lançamento do Guia do Facebook para Educadores, que ainda não tive tempo de ler, é possível que muitos educadores “deslumbrados” com o uso das TICs na Educação se sintam entusiasmados para experimentá-lo em suas práticas educativas.
Acho louvável o espírito de experimentação e inovação em educadores (e em qualquer profissional!), mas acho também igualmente (ou até mais) louvável o espírito crítico para fazer escolhas sensatas e não apenas surfar hypes em busca de uma “tag de inovador“!
Não precisamos procurar muito, caro leitor, para observar vários projetos de uso de TICs em Educação, que se autodenominam “inovadores” mas que simplesmente dão roupagem tecnológica às mesmas velhas práticas educacionais do Século XIX: Uso de Tecnologia para Transmitir conteúdos disciplinares previamente escolhidos pelos “ensinadores”.
Porque a questão da escolha de uma plataforma/tecnologia/ferramenta para odesenvolvimento de práticas educativas não é uma questão trivial e muito menos neutra pretendo expor três considerações sobre o tema, que devem ser entendidos como um convite para a reflexão conjunta e não um veredicto final.

#1 – Virtual Versus Presencial

De cara, eu gostaria de trazer a baila um certo mito que se faz em relação aos aplicativos com ênfase em “interações sociais”. Sem entrar no mérito do que é uma Rede Social eu me pergunto se faz sentido ter posturas diferentes, no relacionamento com alunos, colegas e comunidade escolar no presencial e no virtual?
Do modo como eu vejo as coisas, embora existam especificidades no presencial e no virtual, a postura do professor deve ser a mesma. Respeito, diálogo e um distanciamento saudável entre seu lado profissional e pessoal/privado. Não me parece que deva haver uma postura diferenciada no presencial e no virtual!
O que cada um julga inadequado no presencial também será no virtual (e vice-versa). Você pode ser amigo dos seus alunos, MAS VOCÊ NÃO DEVE SER UM COLEGA DOS SEUS ALUNOS! Você pode criar um ambiente para que seus alunos sintam-se a vontade para errar e perguntar nas situações de aprendizagem, mas você não deveria (em minha opinião) estabelecer vínculos de intimidade com seus alunos, no caso geral! Bom senso é a regra de ouro! E não há nenhum motivo para que os limites do bom senso sejam diferentes entre o virtual e o presencial!
Logo o que você não faria (ou não deveria fazer) no presencial continua não fazendo (ou não devendo fazer) em qualquer ambiente virtual e ponto final!

#2 – Sua Produção estará disponível no Médio/Longo Prazo?

Quando se pensa no uso do Facebook como plataforma de aprendizagens você deveria se preocupar em ler as letras miúdas dos termos de serviço do mesmo. Será que seu conteúdo publicado lá continuará sendo seu, terá garantias de disponibilidade no médio e longo prazo? Uma boa discussão, em português, dos termos de serviço do facebook pode ser lida aqui. Saiba que ao dispor seu conteúdo no Facebook você automaticamente o autoriza a usá-lo como quiser sem lhe pagar nada!
Um outro ponto importante, ao meu ver, é que se eles quiserem mudar os termos de serviço no futuro, em benefício próprio, você não poderá fazer muita coisa a não ser chorar sobre o leite derramado como já aconteceu com o NING! E se você acha que estou sendo alarmistaveja o que  ocorreu com o Twitpic…

#3 – Gerencie sua Produção

Se por uma lado é verdade que conteúdo, hoje, virou commodities é igualmente verdade que só um gerenciamento estratégico da sua produção on-line poderá agregar (ou não) valor ao seu conteúdo. Assim, eu continuo achando que, no longo prazo, é uma temeridade deixar que serviços de terceiros gerenciem seu conteúdo:



Uma Última Consideração

Nos três pontos acima, chamei a atenção das principais preocupações que um educador crítico deveria ter antes de resolver usar Plataformas de Terceiros para seus projeto educacionais. Entretanto, não podemos fechar os olhos para o fato, irrefutável, que uma grande massa dos nossos alunos (presentes, passados e futuros) estarão nestas “Plataformas de Redes Sociais”.
Assim, num próximo texto aqui no blogue, pretendo pensar (junto com vocês) como utilizar este fluxo informacional que poder ser gerado nestas plataformas sociais, de modo que seja lucrativo e seguro para todos.
Se você já pensou sobre o tema, sinta-se a vontade para comentar (com mais de 140 caracteres) aqui nos comentários ou no seu blogue (e deixe-me saber!) sobre esta e/ou outras questões correlatas.

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