terça-feira, 5 de junho de 2012

Fichamento n° 2


Fichamento n° 2
CYSNEIROS, Paulo G. Novas Tecnologias na Sala de Aula: Melhoria do Ensino ou Inovação Conservadora? In IX ENDIPE, Anais II, vol. 1/1, pp. 11-24. SP, Águas de Lindóia, Maio de 1998. Disponível em:< http://www.escolaheitor.net/planejamento/cecilia/ARTIGO%20DO%20CURSO/8543090-Novas-Tecnologias-Na-Sala-de-Aula-Melhoria-Do-Ensino-Ou-InovaCAo-Conservadora.pdf>

Resumo:
“Baseando-se na história da tecnologia educacional e em uma análise fenomenológica da relação ser humano - máquina - realidade, examina usos das novas tecnologias da informação caracterizados como inovação conservadora em educação, como também aspectos da comunicação na sala de aula que podem ser transformados, ampliados  ou reduzidos com os recursos da informática.”(p.11)
Citações principais do texto:
"O professor encontra-se sobrecarregado com aulas em mais de um estabelecimento,falta-lhe tempo para estudar e experimentar coisas novas, recebe baixos salários. Em tais escolas tenho encontrado pessoas ensinando matérias que não dominam, como também casos incipientes de alcoolismo e um semi-absenteísmo camuflado, com o professor evitando sempre que pode a sala de aula ou fazendo de conta que ensina, em parte resultado de um esgotamento profissional prematuro." (p.12)
"Ao tratarmos de novas abordagens de comunicação na escola, mediadas pelas novas tecnologias da informação, estamos tratando de Tecnologia Educacional." (p.12)
“(...)o uso de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de insucessos, caracterizada por um ciclo de quatro ou cinco fases(...)Em cada ciclo, uma nova seqüência de estudos aponta prováveis causas do pouco sucesso da inovação, tais como falta de recursos, resistência dos professores, burocracia institucional, equipamentos inadequados. Após algum tempo surge outra tecnologia e o ciclo recomeça, com seus defensores argumentando que foram aprendidas as lições do passado, que os novos recursos tecnológicos são mais poderosos e melhores que os anteriores, podendo realizar coisas novas, conforme demonstram novas pesquisas. E o ciclo fecha-se novamente com uso limitado e ganhos educacionais modestos.”(p.13)
“Nossa utopia é sempre tentar mudar a história futura para melhor, e não defendo posições tradicionalistas ou contrárias à  tecnologia na educação. Vejo as novas tecnologias como mais um dos elementos  que podem contribuir para melhoria de algumas atividades nas nossas salas de aula. Por outro lado, também não adoto o discurso dos defensores da nova tecnologia educacional, que mostram as mazelas da escolas (algo muito fácil de se fazer), deixando implícito que nossos professores são dinossauros avessos a mudanças. É um discurso tentando nos convencer a dar mais importância a objetos virtuais, apresentados em telinhas bidimensionais, deixando implícito que a aprendizagem com objetos concretos em tempos e espaços reais está obsoleta.”(p.14)
“O fato de se treinar professores em cursos intensivos e de se colocar equipamentos nas escolas não significa que as novas tecnologias serão usadas para melhoria da qualidade do ensino.(...) São aplicações da tecnologia que não exploram os recursos únicos da ferramenta e não mexem qualitativamente com a rotina da escola, do professor ou do aluno, aparentando mudanças substantivas, quando na realidade apenas mudam-se aparências.” (p.15 e 16)
“Não quero com isso afirmar que tais tecnologias de exposição não são úteis. São sim, nas mãos de mestres criativos, dentro de contextos apropriados.” (p.16)
“Tal tipo de mídia pode também reforçar no aluno uma falsa sensação de ter aprendido a lição, pois tudo que o mestre escreveu está ali, gravado, do jeito dele, com os mesmos espaços, tamanhos, etc. Essa sentimento é ilusório, como todo mundo que já passou pela escola sabe. Alguns dias depois o aluno submete-se a uma prova confiante que aprendeu, e verifica que o conteúdo não foi assimilado segundo os objetivos (ou a avaliação) do professor.”(p.17)
“Alguns professores experientes percebem  que quase nada mudou na sala de aula, porém outros, talvez iludidos por um suposto efeito do computador, vêm vantagens nas novas formas de apresentar o conteúdo, algumas vezes reforçadas por um discurso defendendo o construtivismo ou outros conceitos da moda, pouco ou mal-compreendidos. Os alunos também cansam-se facilmente após o efeito da novidade.”(p.18)
“(...)é muito importante que coloquemos tais máquinas nas mãos de nossas crianças e adolescentes, porém sempre predominando o ato de educar, de examinar criticamente  -  numa atitude freiriana  -,  aquilo que está lá. Onde a sabedoria de um professor de uma escola rural, ou de um velho pescador da comunidade, pode ser mais importante para a formação da identidade da criança e para a sobrevivência da cultura do que toda a informação que é produzida diariamente nos lugares sofisticados do planeta.”(p.20)
“(...)a tecnologia não é neutra, no sentido de que seu uso proporciona novos conhecimentos do objeto, transformando, pela mediação, a experiência intelectual e afetiva do ser humano, individualmente ou em coletividade; possibilitando interferir, manipular, agir mental e ou fisicamente, sob novas formas, pelo acesso a aspectos até então desconhecidos do objeto.”(p.21)
“Esse tipo de construção de novas formas de ensinar e de aprender, de conhecimentos novos, exigirá do professor uma atitude permanente de tolerância à frustração e de pesquisa não formal, de busca, de descoberta e criação, no sentido tratado por Demo [xxi]. Descoberta de usos pedagógicos da tecnologia já experimentados por outros, que exige comunicação, troca, estudo, exploração. Criação no sentido de adaptação, de extensão, de invenção. Em ambos os casos, fracassos e sucessos são faces da mesma moeda, com demonstra a história da produção humana de conhecimento e especificamente as histórias de sucesso em Informática Na educação”.(p.23)

Comentários(Parecer e Crítica):
O texto retratou bem algumas questões que vínhamos discutindo em sala de aula, como o mal uso das novas tecnologias na escola.
Minha opinião acerca do tema, vem de encontro com a opinião levantada pelo autor, ou seja, sou a favor do uso das tecnologias em ambiente escolar, as considero importantes, porém essas são só realmente uteis quando usadas de forma contextualizada. Não basta apenas ter um computador com internet, se não há real adequação do conteúdo à tal tecnologia.
Lembro-me do tempo de escola quando durante algumas aulas de Geografia íamos ao laboratório de informática olhar mapas, me perguntava porque o professor não levava um grande mapa para a sala de aula ao invés de nos levar para o laboratório. Talvez sua intenção fosse mudar um pouco o ambiente de estudo ou mostrar que estava inserido no mundo da tecnologia, mas eu particularmente não achava eficaz essa mudança que ao meu ver era apenas de local(já que o mapa fixado ao quadro faria o mesmo trabalho), sendo válido ressaltar também que muitos dos alunos navegavam de forma indevida na internet ao invés de realizar a atividade proposta pelo professor. Acredito que seria muito mais eficaz a aprendizagem, caso o professor , juntamente aos alunos criassem um software que pudessem confeccionar mapas das unidades propostas.
Questionamentos(Questões levantadas e dúvidas):
Através da leitura do texto, fiquei com as seguintes questões em cuca: “Porque muitos de nós acreditamos que algo novo sempre é melhor que algo mais velho?” e“Porque o tradicional é tão criticado?”. Essa última é devido à minha opinião acerca do “tradicional”.Ao meu ver se algo é tradicional, é porque durou um bom tempo se propagando, se durou um bom tempo se propagando é porque de alguma forma isso funcionou. Então,a partir disso não vejo porque criticarmos tanto os métodos tradicionais. Mas ao mesmo tempo acho que novas formas de educar sejam criadas, afim de aprimorar a educação, mas sem desconsiderarmos as tradicionais, o que temos que fazer é unir as melhores coisas de cada, ao invés de apenas criticarmos e jogarmos fora o tradicional. É sempre importante lembrar que nem sempre o novo é melhor.