Fichamento n° 2
CYSNEIROS, Paulo G. Novas Tecnologias na Sala
de Aula: Melhoria do Ensino ou Inovação Conservadora? In IX ENDIPE, Anais II, vol. 1/1, pp. 11-24. SP, Águas de Lindóia,
Maio de 1998. Disponível em:< http://www.escolaheitor.net/planejamento/cecilia/ARTIGO%20DO%20CURSO/8543090-Novas-Tecnologias-Na-Sala-de-Aula-Melhoria-Do-Ensino-Ou-InovaCAo-Conservadora.pdf>
Resumo:
“Baseando-se na história da tecnologia
educacional e em uma análise fenomenológica da relação ser humano - máquina -
realidade, examina usos das novas tecnologias da informação caracterizados como
inovação conservadora em educação, como também aspectos da comunicação na sala
de aula que podem ser transformados, ampliados
ou reduzidos com os recursos da informática.”(p.11)
Citações
principais do texto:
"O
professor encontra-se sobrecarregado com aulas em mais de um estabelecimento,falta-lhe
tempo para estudar e experimentar coisas novas, recebe baixos salários. Em tais escolas
tenho encontrado pessoas ensinando matérias que não dominam, como também casos incipientes de alcoolismo e um
semi-absenteísmo camuflado, com o professor
evitando sempre que pode a sala de aula ou fazendo de conta que ensina, em
parte resultado de um esgotamento profissional
prematuro." (p.12)
"Ao tratarmos de novas abordagens de comunicação na escola, mediadas pelas novas tecnologias da informação, estamos tratando de Tecnologia Educacional." (p.12)
"Ao tratarmos de novas abordagens de comunicação na escola, mediadas pelas novas tecnologias da informação, estamos tratando de Tecnologia Educacional." (p.12)
“(...)o
uso de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de insucessos,
caracterizada por um ciclo de quatro ou cinco fases(...)Em cada ciclo, uma nova
seqüência de estudos aponta prováveis causas do pouco sucesso da inovação, tais
como falta de recursos, resistência dos professores, burocracia institucional,
equipamentos inadequados. Após algum tempo surge outra tecnologia e o ciclo
recomeça, com seus defensores argumentando que foram aprendidas as lições do passado,
que os novos recursos tecnológicos são mais poderosos e melhores que os
anteriores, podendo realizar coisas novas, conforme demonstram novas pesquisas.
E o ciclo fecha-se novamente com uso limitado e ganhos educacionais modestos.”(p.13)
“Nossa
utopia é sempre tentar mudar a história futura para melhor, e não defendo posições
tradicionalistas ou contrárias à tecnologia
na educação. Vejo as novas tecnologias como mais um dos elementos que podem contribuir para melhoria de algumas
atividades nas nossas salas de aula. Por outro lado, também não adoto o discurso
dos defensores da nova tecnologia educacional, que mostram as mazelas da escolas
(algo muito fácil de se fazer), deixando implícito que nossos professores são dinossauros
avessos a mudanças. É um discurso tentando nos convencer a dar mais importância
a objetos virtuais, apresentados em telinhas bidimensionais, deixando implícito
que a aprendizagem com objetos concretos em tempos e espaços reais está obsoleta.”(p.14)
“O fato
de se treinar professores em cursos intensivos e de se colocar equipamentos nas
escolas não significa que as novas tecnologias serão usadas para melhoria da
qualidade do ensino.(...) São aplicações da tecnologia que não exploram os
recursos únicos da ferramenta e não mexem qualitativamente com a rotina da
escola, do professor ou do aluno, aparentando mudanças substantivas, quando na
realidade apenas mudam-se aparências.” (p.15 e 16)
“Não
quero com isso afirmar que tais tecnologias de exposição não são úteis. São
sim, nas mãos de mestres criativos, dentro de contextos apropriados.” (p.16)
“Tal
tipo de mídia pode também reforçar no aluno uma falsa sensação de ter aprendido
a lição, pois tudo que o mestre escreveu está ali, gravado, do jeito dele, com
os mesmos espaços, tamanhos, etc. Essa sentimento é ilusório, como todo mundo
que já passou pela escola sabe. Alguns dias depois o aluno submete-se a uma
prova confiante que aprendeu, e verifica que o conteúdo não foi assimilado
segundo os objetivos (ou a avaliação) do professor.”(p.17)
“Alguns
professores experientes percebem que quase
nada mudou na sala de aula, porém outros, talvez iludidos por um suposto efeito
do computador, vêm vantagens nas novas formas de apresentar o conteúdo, algumas
vezes reforçadas por um discurso defendendo o construtivismo ou outros
conceitos da moda, pouco ou mal-compreendidos. Os alunos também cansam-se
facilmente após o efeito da novidade.”(p.18)
“(...)é
muito importante que coloquemos tais máquinas nas mãos de nossas crianças e
adolescentes, porém sempre predominando o ato de educar, de examinar
criticamente - numa atitude freiriana -,
aquilo que está lá. Onde a sabedoria de um professor de uma escola
rural, ou de um velho pescador da comunidade, pode ser mais importante para a
formação da identidade da criança e para a sobrevivência da cultura do que toda
a informação que é produzida diariamente nos lugares sofisticados do planeta.”(p.20)
“(...)a
tecnologia não é neutra, no sentido de que seu uso proporciona novos conhecimentos
do objeto, transformando, pela mediação, a experiência intelectual e afetiva do
ser humano, individualmente ou em coletividade; possibilitando interferir,
manipular, agir mental e ou fisicamente, sob novas formas, pelo acesso a
aspectos até então desconhecidos do objeto.”(p.21)
“Esse
tipo de construção de novas formas de ensinar e de aprender, de conhecimentos novos,
exigirá do professor uma atitude permanente de tolerância à frustração e de pesquisa
não formal, de busca, de descoberta e criação, no sentido tratado por Demo [xxi].
Descoberta de usos pedagógicos da tecnologia já experimentados por outros, que exige
comunicação, troca, estudo, exploração. Criação no sentido de adaptação, de extensão,
de invenção. Em ambos os casos, fracassos e sucessos são faces da mesma moeda,
com demonstra a história da produção humana de conhecimento e especificamente
as histórias de sucesso em Informática Na educação”.(p.23)
Comentários(Parecer e Crítica):
O texto retratou bem
algumas questões que vínhamos discutindo em sala de aula, como o mal uso das
novas tecnologias na escola.
Minha opinião acerca do
tema, vem de encontro com a opinião levantada pelo autor, ou seja, sou a favor
do uso das tecnologias em ambiente escolar, as considero importantes, porém
essas são só realmente uteis quando usadas de forma contextualizada. Não basta
apenas ter um computador com internet, se não há real adequação do conteúdo à
tal tecnologia.
Lembro-me do tempo de
escola quando durante algumas aulas de Geografia íamos ao laboratório de
informática olhar mapas, me perguntava porque o professor não levava um grande
mapa para a sala de aula ao invés de nos levar para o laboratório. Talvez sua
intenção fosse mudar um pouco o ambiente de estudo ou mostrar que estava
inserido no mundo da tecnologia, mas eu particularmente não achava eficaz essa
mudança que ao meu ver era apenas de local(já que o mapa fixado ao quadro faria
o mesmo trabalho), sendo válido ressaltar também que muitos dos alunos
navegavam de forma indevida na internet ao invés de realizar a atividade
proposta pelo professor. Acredito que seria muito mais eficaz a aprendizagem,
caso o professor , juntamente aos alunos criassem um software que pudessem
confeccionar mapas das unidades propostas.
Questionamentos(Questões levantadas e
dúvidas):
Através da leitura do
texto, fiquei com as seguintes questões em cuca: “Porque muitos de nós
acreditamos que algo novo sempre é melhor que algo mais velho?” e“Porque o
tradicional é tão criticado?”. Essa última é devido à minha opinião acerca do
“tradicional”.Ao meu ver se algo é tradicional, é porque durou um bom tempo se
propagando, se durou um bom tempo se propagando é porque de alguma forma isso
funcionou. Então,a partir disso não vejo porque criticarmos tanto os métodos
tradicionais. Mas ao mesmo tempo acho que novas formas de educar sejam criadas,
afim de aprimorar a educação, mas sem desconsiderarmos as tradicionais, o que
temos que fazer é unir as melhores coisas de cada, ao invés de apenas
criticarmos e jogarmos fora o tradicional. É sempre importante lembrar que nem
sempre o novo é melhor.